Vem aí a taxa do lixo, para por fim aos lixões em Goiás

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Homens catando lixo a céu aberto em grandes áreas urbanas
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O Estado de Goiás enfrentou durante décadas grave problema ambiental e social representado pela existência de lixões a céu aberto. Essas áreas improvisadas para deposição de resíduos sólidos representavam risco ao meio ambiente, à saúde pública e à qualidade de vida das comunidades locais.

A situação dos lixões viola normas ambientais, perpetuava ciclo de degradação social, já que muitos catadores de materiais recicláveis viviam nessas áreas, enfrentando condições precárias de trabalho e de vida.

No entanto, a promulgação do Decreto 10.367/2023, pode ser um marco para o fim dos lixões em Goiás. Com a entrada em vigor, medidas serão implementadas. Uma das principais ações foi a criação de programas de coleta seletiva e de reciclagem, visando desestimular a utilização dos lixões, promover a conscientização da população sobre a importância da destinação correta dos resíduos sólidos. Paralelamente, foram estabelecidos incentivos para a criação de cooperativas de catadores, oferecendo melhores condições de trabalho e integrando esses profissionais de forma mais digna e sustentável no processo de gestão dos resíduos.

Além disso, o decreto incentivou a implantação de sistemas de tratamento e disposição final adequada dos resíduos sólidos, como a construção de aterros sanitários modernos e a implementação de tecnologias de reciclagem e compostagem. Essas medidas contribuem para a preservação do meio ambiente e a geração de emprego e renda.

A conscientização sobre a importância da preservação ambiental e a adoção de práticas sustentáveis tornaram-se fundamentais para o sucesso dessa empreitada, um processo que envolveu a participação ativa de diversos atores da sociedade, desde o poder público até organizações não governamentais e a própria população.

Como resultado dessas iniciativas, espera-se melhoria na qualidade do meio ambiente e na saúde das comunidades, além de um avanço na gestão dos resíduos sólidos no estado de Goiás.

Entretanto, tudo que é escasso gera valor econômico, logo, os recursos naturais finitos demandarão técnicas para operacionalizar a reciclagem, as cadeias de logística reversa, culminando com geração de emprego e renda, garantindo o tripé da sustentabilidade: ambiental, social e econômico.

Os lixões, por sua vez, já se tornaram um passivo ambiental monstruoso, de tal sorte, que o seu fim, bem como a recuperação das áreas e a construção de aterros sanitários, mesmo em consórcios entre os municípios, que diminui os custos, há um preço.

Este preço ficará para a sociedade e será cobrado nas contas de água que chegam a sua casa. As tarifas serão definidas no município, e a cobrança será realizada pela concessionária de água e esgoto. Pode até parecer estranho, porém é o meio de maior capilaridade para se chegar a todas as residências.

Não me pergunte o valor, este deverá ser definido considerando muitas variáveis, como custos das obras, tarifas sociais, renda do cidadão, entre outros. Uma certeza posso lhe afirmar. Após você depositar o voto para eleição dos prefeitos em 2024, como estratégia para sua implementação, evitando desgastes políticos, esta cobrança dos resíduos sólidos ou se quiser chamar “taxa do Lixo” chegará a sua residência.

Assim sendo, concluo com a certeza de que doravante, as questões ambientais terão um valor atribuído e a natureza tem cobrado seu preço pelos serviços prestados. Estamos na era da inteligência artificial, mas também do pagamento pelos serviços ambientais.


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