Pessoas abraçadas vendo o por do sol.
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Quando me debruço na janela do tempo vasculhando o cabedal de minhas memórias, os amigos que granjeei ao longo da minha jornada ganham contornos nítidos e especiais na minha vida.

Descobri  que eles não são muitos, mas transcendem em importância, tanto que cheguei ao ponto de não conseguir encontrar palavras que expressem verdadeiramente todo o bem que lhes desejo.

Dizem que uma amizade quando passa dos setes anos é porque vai durar para sempre. Não podemos dizer que trouxemos  conosco vários amigos de infância para toda a vida, e nem de adolescência, mas sabemos que os que ficaram é porque são amigos de verdade. São amizades que realmente valem a pena serem vividas, não importa a distância, não importa as circunstâncias.

Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Amizade não é dependência, submissão. Não se tem amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra. É independência, é respeito. O que é mais importante: a proximidade física ou afetiva?

Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis da maturidade. Aqueles que não estão perto, mas estão sempre dentro de nossas mentes e corações.

O sentimento de amizade e respeito que lhes devoto supera aos limites do imaginável, simplesmente porque me dou conta de que não somos simples amigos, mas sim, irmãos de caminhada. E não são poucos os dias dessa nossa jornada. É importante e o que deles sobressai é sempre a cordialidade, a gentileza, a confiança e o respeito com que nos identificamos mutuamente.

Partilhamos de bons e maus momentos. De boas e inesquecíveis histórias, mas nunca registramos qualquer impasse na nossa relação. Ao contrário, nossa amizade sempre foi sólida e imutável. E todo o calor que dela emana se faz nas palavras de nossas conversas e gestos, nos ligando em alma e coração.

As verdadeiras amizades consistem em saber ouvir o que for preciso, dizer sinceramente o que se pensa, e permitir que a confiança e o respeito prevaleçam acima de tudo. A franqueza é o elo mais forte da união entre amigos incondicionais. Quem espera só afagos de um amigo, não conhece o valor de uma legítima amizade. Afinal, o amigo verdadeiro é alguém que crê em você ainda que você deixe de crer em si mesmo. Nada apaga, nada destrói, nada separa nossa amizade.

Vale, portanto, lembrar versos do poeta Thiago de Mello, d’Os Estatutos do Homem: “Fica decretado que o homem não precisa nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.”

Isso posto, não hesito em afirmar a todos os meus amigos irmãos, que  essa nossa amizade é como os montes eternos – é para sempre. Sempre peço a Deus que lhes façam felizes e pródigos em tudo o que  precisarem. Afinal, o mundo é grato por ter entre seus habitantes seres de luz tão especiais como vocês.

Com todo o meu afeto e o de minha Shirley, meus filhos Uyara, Cláudia, Glaucia, Luiz Augusto e nossa cachorrinha Rubi Silva Reis da Paz.


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