Empreendedorismo Jovem ou Empreendedorismo Precoce?

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Quem me conhece sabe que eu não gosto de “dar o braço a torcer”. Eu sou uma pessoa que defendo muito minhas ideias e minhas convicções. Mas eu tenho que confessar pra vocês que por algum tempo eu usei uma definição, uma ideia que na verdade não reflete a realidade atual.

Antes de 2015 eu usava a expressão “Empreendedorismo Precoce” quando os repórteres vinham me perguntar sobre o porquê do Apagão de Talentos. Eu dizia que era pela falta de capacitação, pela possibilidade de você criar seus negócios ou trabalhar na informalidade, e também pelo empreendedorismo precoce. Ou seja, jovens que mal entraram no mercado de trabalho já se tornavam empreendedores.

E onde está o preconceito e o anacronismo na expressão empreendedorismo precoce? Está no fato de achar que para ser empreendedor, para ser um grande empresário você precisa ter cumprido uma jornada de carreira, uns 20 anos como profissional trabalhando para grandes empresas, para depois montar seu negócio. Da mesma forma, quando você diz que é um empreendedorismo precoce dá a idéia de que a pessoa não está pronta para ser empreendedora. É quase como se você estivesse falando: olha a empresa abriu, mas vai fechar daqui a pouco.

É importante entender que o empreendedorismo jovem não é um empreendedorismo precoce e sim um empreendedorismo entre pessoas de 18 a 30 anos, que resolveram montar seus negócios.

O Brasil é um país que se destaca pela força do empreendedorismo onde 10% da população é empreendedora ou empresária. Dentro dessa porcentagem temos uma parcela considerável de jovens que já estão empreendendo, já têm seu CNPJ, empregam pessoas e fazem negócios. Aproximadamente metade dos jovens brasileiros, entre 18 e 30, são ou já foram empreendedores. Isso mostra que definitivamente não existe empreendedorismo precoce.

O crescimento do Empreendedorismo Jovem pode ser visto a partir da tecnologia e do mindset startuper, que foi construído partir da Quarta Revolução Industrial, em 2010. Também pode ser entendido pelo perfil comportamental dessas novas gerações, principalmente Millenials.

Nossa sociedade é composta por cinco gerações, dos mais velhos para os mais novos, começamos com os Tradicionalistas (a partir de 82 anos), Baby Boomers (62 a 81 anos), Geração X (42 a 61 anos), Geração Y (27 a 41 anos), Geração Z (12 a 26 anos) e Geração Z (abaixo de 12 anos). Nas colunas anteriores abordamos um pouquinho esse conceito.

Hoje vamos falar sobre as Gerações Y e Z, também chamados de Millenials, que é onde está a maioria dos empreendedores jovens, 18 e 30 anos. Essa é uma geração que já nasceu na era digital, pós tecnologia dos computadores e da internet, com acesso muito grande a conhecimentos e a outras visões de mundo.

Eu gosto muito a música Parabólicamará de Gilberto Gil, que diz: “antes mundo era pequeno porque terra era grande, hoje terra é muito grande porque mundo é pequeno”, ou seja, a terra é o que vejo, o que eu entendo e tenho acesso, o famoso terra a vista. Antes conhecíamos pouco do mundo, por isso a terra era pequena. Hoje conhecemos muito do mundo, por isso a terra ficou grande. E olha que Gil lançou essa música há 30 anos, embasbacado com as antenas parabólicas, imagine agora que temos os streamings que nos permitem pesquisar e assistir vídeos, ler livros, conteúdo de todo o mundo, com muito mais facilidade.

Além da ampliação da visão de mundo gerada pela tecnologia e pelo comportamento, que facilita enxergarmos mais longe, temos as mudanças nos modelos de negócios, que facilitam também o empreendedorismo. Mas vamos falar desse aspecto em nossa próxima coluna.

Abraços e até lá!!!


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