Duas mulheres foram estupradas a cada minuto no Brasil em 2022

0
meninas de 13 anos são as maiores vítimas
Compartilhe

O que você consegue fazer em 60 segundos? Mandar uma mensagem pelo WhatsApp? Assistir a um vídeo no TikTok?
Esse foi o prazo para que duas mulheres fossem estupradas no Brasil em 2022. De forma repetida ao longo desses 365 dias, somaram-se 822 mil vítimas. O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 2, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). E esse número pode ser ainda maior, haja vista que muitas mulheres não denunciam o crime, seja por medo, vergonha ou falta de informação e acesso.
Esse levantamento foi baseado em dados da Pesquisa Nacional de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e tem o ano de 2019 como referência.

Principais vítimas

Somente no Sinan, Sistema de Informação de Agravos de Notificação, em 2019, ano de referência para o levantamento – 612.481 pessoas adultas foram vítimas de estupro, cerca de 393 estupros a cada 100 mil adultos. As maiores taxas foram de Goiás (640), Sergipe (600) e Roraima (565), e as menores de Paraíba (152), Minas Gerais (167) e Alagoas (170). Nesse mesmo ano de 2019, foram notificados no Sinan 9.596 casos de estupro que vitimizaram pessoas com 18 anos ou mais no Brasil, um percentual equivalente a 1,6% do total de casos estimados com base na PNS/IBGE. Segundo Sistema, a maioria dessas vítimas tem idade de 13 anos e os agressores são em geral os parceiros e ex-parceiros, parentes e amigos ou conhecidos. Os desconhecidos, apesar de se julgar as ruas e locais desconhecidos um risco eminente, são em menor número.

Casos identificados

O Ipea ainda mostra que destes 822 mil casos por ano, 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde. O pesquisador do Instituto e um dos responsáveis pelo levantamento, Daniel Cerqueira, afirma que faltam pesquisas especializadas sobre violência sexual, por exemplo. Segundo ele, “o registro depende, na maioria das vezes, da decisão da vítima e da sua família por buscar ajuda no Sistema Único de Saúde (SUS)”.


Compartilhe