Como o Brasil pode contribuir com o equilíbrio do clima global?

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Temperaturas no planeta
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De acordo com o Climate Reanalyzer da Universidade do Maine (2023), que usa dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA, a temperatura média diária do planeta atingiu a marca de 17,23 graus celsius, elevando-se em um grau nos últimos 10 anos, quando era de 16,23 graus celsius.

Para Jennifer Francis, cientista sênior da Woodwell, Centro de Pesquisas Climáticas é provavelmente, uma das mais altas temperaturas registradas em 100.000 anos. O planeta não tem muito a comemorar, já que se observou novo recorde de temperatura média diária global ao registrar o terceiro dia mais quente da semana, em 06 de julho de 2023. Friederike Otto, professor sênior de ciência do clima no Grantham Institute for Climate Change and the Environment em Reino Unido expressou em suas palavras a preocupação com o fato alarmante. “Não é um recorde para comemorar e não será um recorde por muito tempo, com o verão do hemisfério norte ainda à frente e o El Niño se desenvolvendo”.

O Brasil pode contribuir, e muito, para mitigar os impactos globais da elevação da temperatura. O fato de sermos um país continental e com uma matriz energética predominantemente baseada em conceitos renováveis, utilizando dos recursos água, ar, sol, solo e biomassa, nos permitem a liderança internacional na condução para a sustentabilidade ambiental.

Nesta seara, também se destaca a presença da maior floresta do planeta, a Amazônia, com função no equilíbrio do clima global. As florestas são fundamentais na manutenção, ou até redução, da temperatura global, ao retirarem carbono da atmosfera. Sabe-se o papel que as florestas desempenham, especialmente, pela utilização do CO2 em seus processos metabólicos, durante a realização da fotossíntese, incorporando-o como matéria seca em seus caules, raízes, folhas, frutos e sementes.

Sobre a floresta amazônica, julho apresenta uma notícia que nos dá esperança. Nos primeiros seis meses de 2023, foram identificados 2.649 km² em área desmatada. Houve redução do desmatamento, mas frisa-se, redução do desmatamento é diferente de interromper o desmatamento ou, até mesmo, reflorestar.

De acordo com o INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2023) a área sob alerta de desmatamento na Amazônia sofreu queda de 33,6% no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano de 2022. Por outro lado, o avanço sobre o Cerrado aumentou em 21%, em parte, pelo foco prioritário dos órgãos de fiscalização sobre o Bioma Amazônico em comparação do Cerrado Brasileiro, que sempre foi visto como destinado à expansão agrosilvipastoril.

Para o Ministério do Meio Ambiente, ações de comando e controle, associados à parceria com os estados tem possibilitado melhorias. Entretanto, ainda há a necessidade de ações voltadas para o Cerrado, estando previsto para este mês, o lançamento do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), semelhante ao PPCDam — referente à Amazônia Legal.

Todas estas políticas públicas possibilitam que o Brasil possa resgatar, internacionalmente, sua liderança nas questões ambientais, que podem culminar com a COP 30, em 2025, sendo realizada em Belém do Pará. A própria mudança no Ministério do Turismo, com indicação de um Deputado deste estado, é um cenário que favorece a visibilidade no exterior, bem como a convergência de decisões que se concretizem em obras.

Por fim, em 17 de julho de 2023, ocorre nova cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (CELAC) em Bruxelas, na Bélgica, tendo o Presidente do Brasil, com perspectiva de boas mensagens, especialmente no fortalecimento das relações para entre os dois blocos, visando conter as mudanças climáticas, reduzir a perda de biodiversidade, melhorar a saúde e segurança alimentar e estreitar laços de governança.

Quiçá, estes novos dados de esperança na redução do desmatamento permitam que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia possa, de fato, sair do papel após 19 anos, afinal, já completou a maioridade e a maturidade pede espaço, respeitando as gerações que nos antecederam, mas, acima de tudo, possibilitando que as novas gerações possam usufruir do conceito de Desenvolvimento Sustentável


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