Pensionistas de acidente do Césio 137 vão ao MP por reajuste

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Pensionistas lutam por aumento em pensão
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Os pensionistas vítimas do acidente radiológico de césio 137 em Goiânia na década de 1980 devem ir ao Ministério Público de Goiás para garantir que as pensões pagas às vítimas e seus descendentes sejam reajustadas pelo menos ao valor do salário mínimo que hoje é de R$ 1.320.

O Projeto de Lei de autoria do deputado estadual Major Araújo (PL) aumentava o valor dos atuais R$ 954 para R$ 998 e de R$ 1.098 para R$ 1.996 foi vetado integralmente pelo governador Ronaldo Caiado.

Justificativa

Caiado justificou a decisão baseado no parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) que considerou a matéria inconstitucional. A PGE alegou ausência de informações sobre o impacto orçamentário e financeiro aos cofres públicos e falta de estudos sobre a origem dos recursos para o custeio da proposta.

A presidente da Associação das Vítima do Césio 137, Sueli Lina, disse que está coletando assinatura para um abaixo-assinado que será entregue nesta sexta-feira, 4, ao promotor Cassius Marcellus de Freitas Rodrigues para que os pensionistas recebem pelo menos o valor do salário mínimo que hoje é de R$ 1.320

Sueli e seus três filhos têm pensão no valor de R$ 954. Ela lamenta o veto à proposta. “Como é que vive com isso? E não tem nem como trabalhar. Tem acidentado do Césio que tem 95 anos. Como é que trabalha com essa idade?”, questiona. A maioria das vítimas usa os valores na compra de medicamentos para tratar complicações causadas pela exposição do material radioativo durante o acidente.

A esperança dela e dos demais está nos deputados. Os associados pretendem falar com o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), na próxima terça-feira, 8.

A recomendação do veto é endossada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) que aponta impedimento do aumento de despesas, já que as 561 vítimas do acidente recebem o auxílio totalizando pouco mais de R$ 536 mil dos recursos para a finalidade e que são utilizados na integralidade.
Além da SES, a Secretaria da Economia e Administração (Sead) também recomendaram veto sob argumento de aumento com despesas de pessoal e descumprimento do teto previsto nas leis complementares que definem os valores.

A matéria foi encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e está sob a relatoria do deputado Coronel Adailton (Solidariedade).


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